a quem possa se interessar

junho 27, 2008

http://poucasverdades.wordpress.com
É esse o endereço do meu blog atual.
Espero escrever ao menos um texto por semana. Passem por lá, deixem suas opiniões, etc.

http://poucasverdades.wordpress.com/
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http://poucasverdades.wordpress.com/

Esse é o fim, ao menos por enquanto.

junho 24, 2008

Depois de mais de um mês de total abandono, creio que posso admitir que Canção Pobre já virou história. Cansei, deixei pra lá, abandonei.
Muita coisa aconteceu desde meu primeiro texto por aqui, em setembro de 2006. Passei péssimos e, na maior parte do tempo, ótimos momentos ao lado da mulher que eu amo. Ouvi muito discos, fui a alguns lugares, conheci algumas pessoas, li alguns livros, vi bons e maus filmes, me formei, arranjei um trabalho (sobre isso eu não cheguei a falar aqui, né?). Mudei. E mudei bastante. Mudei o suficiente para acreditar que esse blog já deu o que tinha que dar, cansou, e, assim como aconteceu um dia com o Deixei de Acreditar, se esgotou.

Aos responsáveis pelos 44,629 acessos até o momento que escrevo (53 ontem, mesmo com tanto tempo de desatualização), meus sinceros agradecimentos. Eu ainda vivo, e tenho vivido bem.
E esperem por novidades. Pondo as idéias em ordem, definindo algumas coisas, acredito que volto ao mundo dos blogs pessoais em breve. Aí volto aqui para deixar o link da nova casa.

Fim.
Jorge Wagner Mello de Andrade

Besteira Acreditar

maio 7, 2008

Já circula por emails duas gravações prévias de músicas que farão parte do álbum Canções de Desassossego (ou Música Vulgar para Corações Surdos), disco de estréia da Harmada, banda nova de Manoel Magalhães (ex-Polar e ex-Columbia, e figura carimbada no meio independente carioca). As músicas Faça Por Mim e Besteira Acreditar são um prato cheio para fãs da fase mais orgânica do Radiohead (ou ainda Coldplay, Keane, etc). E a banda ainda promete toques de Smashing Pumpkins, uma versão em português para Lover, You Should’ve Come Over (Jeff Buckley), e a regravação de três faixas que estiveram presentes em A Mesma Pessoa no Mesmo Lugar, único ep da extinta Polar.

É esperar pra ouvir. E, por enquanto, a espera é embalada ao som da prévia de Besteira Acreditar.

“pensei em te ligar
dizer que volto a qualquer hora
mas perdi seu telefone
não entendo essa memória que me trai

perdão se deixei assim
o silêncio no seu quarto
ou motivo pra voltar

me diz se tudo é só distância
quem vai nos trazer de novo o chão?
e as luzes do meu bairro
parecem te chamar de volta
e é besteira acreditar no que dizem sobre nós
amor,
é bobagem…

pensei em te ligar
dizer que volto a qualquer hora
mas perdi seu telefone
não entendo essa memória que me trai

perdão se deixei assim
o silêncio no seu quarto
ou motivo pra voltar

me diz se tudo é só distância
quem vai nos trazer de novo o chão?
e as luzes do meu bairro
parecem te chamar de volta
e é besteira acreditar no que dizem sobre nós
amor,
é bobagem…

pra onde você vai?
quem te fez mudar de idéia e desistir de nós?
dizendo que a vida não é simples…
dizendo que me ouvir não faz sentido algum…
será que vale a pena acreditar?
esquece o que passamos pra viver aqui
ouvir o mundo agora é tão estranho
meu amor,
é bobagem…
é só bobagem…”

Gostou? Passa lá na comunidade da banda e deixe o seu email pra recebê-la.

Entre um e outro

maio 4, 2008

É triste ter que admitir, mas uma hora eu precisaria acordar…

É só silêncio, a tevê desligada, as louças na pia, garrafas vazias. As toalhas, de tão velhas, rasgam quando as ponho pra secar. O chão do banheiro, lodo, poças d’água. Roupas sujas se acumulam, traças, camisas amarrotadas lembrando bons verões passados.

Quantos anos se passaram desde então?

Eu esperava na varanda, abria o portão, olhava pra rua. Passava horas repetindo esse trajeto. Entrava em casa, encarava o telefone, ligava a tevê, cochilava, acordava, e repetia tudo outra vez.
Havia dias em que saia cedo, tomava um ônibus qualquer. Andava quilômetros e quilômetros calado, sem falar com ninguém, sem olhar para os lados – mudo e estático até anoitecer. E então voltava para casa na esperança de uma porta aberta, uma lâmpada acesa, e a surpresa de lhe cruzar o corredor, do banheiro para o quarto, ou algo assim.

Por muito tempo eu fui seu homem, fui seu sonho. Fui tudo e todos, de todas as maneiras, pra ser sempre aquele que você quis ter por perto. Não sei contar em quantos me transformei, não sei contar quantos rostos usei ou quantas vezes cedi, quantas vezes admiti estar errado quando era minha a razão, só pra ver seus lábios arquearem, se moverem, ouvir sua voz dizendo que me amava e ter seus braços em torno do meu corpo.

Por muito tempo esperei o seu retorno. Bobagem! Não adiantou olhar a rua. O telefone não tocou. Nunca houve porta aberta ou lâmpadas acesas. Só o silêncio. Só a solidão. A sufocante solidão, seu relógio de pulso, todas as cartas, perfumes, vestidos… e suas fotos espalhadas pela casa.

Todos dizem que preciso reagir, que preciso me cuidar, voltar a fazer a barba. Insistem que sim, ainda preciso cortar e pentear meus parcos fios de cabelos, embranquecidos sem que eu me desse conta. Dizem que preciso de amigos, preciso dormir, preciso sorrir, preciso de novos perfumes. Falam para cuidar da pressão, sair com outras pessoas, me alimentar melhor, ir devagar com o vinho. Todos falam. Todos dizem coisas demais. E tudo o que eu precisava era ouvir que, quando eu menos esperar, vou chegar em casa e lhe encontrar sentada no sofá da sala, de frente para a porta, sorrindo para mim.

Deixei de acreditar, e é uma pena. Hoje enfim entendo que somos só eu e essa maldita casa vazia.
************

.

ps.: parte 2 de 3 de Réquiem. As outras partes estão aqui (Réquiem, abril de 2005) e aqui (No frio das ruas, do mês passado).

qual o antônimo de “escapismo”?

maio 2, 2008

Acho que eu nunca quis voar. E Ícaro, bem… ele sempre me pareceu um tanto quanto bobo, prepotente, arrogante.

Diz, pra quê ficar distante? Por que ver as coisas por cima, de longe? A idéia de permanecer no chão, de encarar a realidade na linha do horizonte, sem precisar abaixar ou levantar o olhar sempre me soou muito mais interessante.

Jamais quis ser um pássaro, ser anjo, ter asas – nem de penas, nem de cera. Contento-me em ser humano, em ter os pés no chão.
Meus tombos nunca foram desastrosos, e o sol… esse jamais me fez cair.

[ ]

abril 30, 2008

Manhã sem sol.
É cinza, faz frio. E chove…
Da janela para fora,
Da janela para dentro.

No frio das ruas

abril 1, 2008

Gosto do clima daqui nessa época do ano. E das ruas vazias, quase sem sons – exceto pelos grilos, e pelos cães que latem ao longe.
Gosto da solidão, da possibilidade de andar às duas da manhã sem ter que levantar o rosto ou tirar as mãos dos bolsos para um aceno, um “olá”, um cumprimento nada sincero para pessoas que não me importam existir ou não.
O que é cruel, e ainda assim às vezes penso, é que nada é eterno. Que esse é o meu mundo, é meu céu, meu inferno. E que “adeus” vai ser para sempre “adeus”, que quem partiu não haverá de retornar, e quem ficou, jamais terá um tempo, um tempo mínimo sequer, para dizer cada palavra que, por alguma razão, preferiu, na hora certa, guardar somente para si.

Disso eu não gosto. Mas penso.
***

Dobrava esquinas sem saber se estava mesmo no caminho correto. Perdi meu norte, a direção. Guardei minha dignidade no fundo de uma gaveta, entre lembranças, cartas, um relógio de pulso antigo, fotos… fotos dos meus velhos e esquecidos sorrisos.

Contava passos, me apoiava em muros.
Não é sempre tão quieto, tão vazio, tão sem vida por aqui?

Já não sei se aconteceu ou se era eu quem imaginava. Meus olhos embaçados doíam, meus ouvidos, meus pobres ouvidos quase surdos, nada confiáveis…
Havia tanta névoa no ar, havia tanto ar em meio peito, que em meio à noite fria do início de abril, pensei ter ouvido sua voz me chamar, jurei ter visto seu vulto a me seguir.

Tolice.
Você já não mora mais aqui.

[sem título]

março 29, 2008

Quantos?
Quantos livros,
Quantos filmes,
Quantos discos?
E os sorrisos,
Quantos?
Quantas vezes, do melhor ao pior?
Quantos rostos?
Quantas unhas, suor?
Quantos medos,
Espelhos, segredos?
Lábios, línguas, saliva…
Conta!
Quantos pratos, copos,
Tratos, contratos, retratos?
Quantos pedaços de plástico?
Quantos momentos mágicos?
Erros pra pra consertar,
Lembranças para guardar…
Quantos dias?
Quantas horas?
Quantas?
Você saberia contar?

Consoler Of The Lonely

março 24, 2008

Já está fácil de achar pela rede links para Consoler Of The Lonely, o novo álbum do The Raconteurs, que sai oficialmente amanhã.
Mais um ponto para Brendan Benson e Jack White. A união do cara que queria ser Paul McCartney com o cara que queria ser Robert Plant & Jimmy Page definitivamente funciona.

Ouvi uma parte do disco até agora e tá muito, muito legal.
Tem baixista. E o baterista sabe tocar. 😉

a pequena Cat Power brasileira

março 3, 2008

De uma hora pra outra todo mundo resolveu falar dessa garota. Ela tem 15 anos, gosta de Dylan, de Vanguart, Johnny Cash e Belle & Sebastian, e, mais do que natural pra alguém com esse gosto musical, não gosta de pessoas da sua idade.
Mallu Magalhães tem muito o que aprender ainda, é fato. Mas tem futuro.
Finalmente um hype que vale a pena. =]